A contagem de ondas no gráfico de 4 horas do EUR/USD apresenta uma estrutura relativamente clara, embora bastante complexa. Não há qualquer sinal de invalidação do segmento de tendência de alta iniciado em janeiro de 2025; no entanto, a estrutura formada a partir de 1º de julho assumiu um caráter prolongado e atípico. Na minha avaliação, o par concluiu a formação da onda corretiva 4, que exibiu um formato incomum. Dentro dessa onda, observaram-se exclusivamente estruturas corretivas, o que reforça, sem ambiguidades, a natureza corretiva do movimento de queda.
Na minha visão, a formação do segmento de tendência de alta ainda não foi concluída, e seus alvos podem se estender até o nível 25. A sequência a–b–c–d–e parece finalizada; portanto, nas próximas semanas, espero o surgimento de um novo conjunto de ondas ascendentes. As supostas ondas 1 e 2 já foram observadas, e o instrumento encontra-se agora em processo de formação da onda 3 ou C. Inicialmente, eu esperava que essa onda alcançasse o nível de 1,1717, correspondente ao Fibonacci de 38,2%. No entanto, a onda vem se desenvolvendo de forma mais prolongada, o que é positivo, pois aumenta a probabilidade de que ela assuma caráter impulsivo — e, com isso, que todo o conjunto de ondas de alta também se torne impulsivo.
Na segunda-feira, o EUR/USD avançou cerca de 50 pips, o que levou alguns analistas a reagirem de forma exagerada. O argumento apresentado é que o mercado estaria atualmente "raso", com o par oscilando lateralmente há cerca de seis meses, e que os feriados de Natal e Ano-Novo poderiam servir como gatilho para romper esse intervalo "amaldiçoado". Na minha avaliação, é cedo para qualquer alarme. Um movimento de apenas 50 pips está longe de justificar conclusões drásticas, como o "fim do dólar". Ainda que eu próprio espere um enfraquecimento adicional da moeda norte-americana, vale lembrar que os feriados raramente são acompanhados por negociações intensas. Assim, a valorização do euro observada na segunda-feira, em um contexto de ausência quase total de notícias, parece mais uma coincidência do que o início de um movimento decisivo.
No longo prazo, contudo, concordo plenamente com a tese de um dólar mais fraco, visão compartilhada por muitos analistas. O dólar tem poucos fatores de sustentação, já que o Federal Reserve tende a continuar afrouxando a política monetária em 2026. Após a saída de Jerome Powell, a taxa de juros pode recuar para níveis bem abaixo daqueles necessários para um controle rigoroso da inflação. O presidente dos EUA, Donald Trump, não demonstra grande preocupação com o nível inflacionário, e o relatório mais recente, referente a novembro, indicou que o cenário não é tão grave quanto se temia. A inflação vem recuando, e a guerra comercial não provocou uma aceleração significativa dos preços.
Como consequência, o FOMC tende a manter o afrouxamento monetário, especialmente diante da crise persistente no mercado de trabalho dos EUA. Considerando que a formação do atual conjunto de ondas de alta teve início há cerca de um mês, espero que esse movimento tenha continuidade.
Conclusão geral
Com base na análise do EUR/USD, concluo que o ativo continua a formar um segmento de tendência de alta. As políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, juntamente com a condução da política monetária do Federal Reserve, permanecem como fatores relevantes para o enfraquecimento estrutural do dólar americano no longo prazo. Os alvos do segmento de tendência atual podem se estender até a região do nível 25.
O conjunto atual de ondas ascendentes começa a ganhar tração, e é plausível considerar que estamos observando a formação de uma sequência de ondas impulsivas, inserida na onda global 5. Nesse cenário, espera-se a continuidade do movimento de alta, com objetivos próximos de 1,1825 e 1,1926, correspondentes aos níveis de Fibonacci de 200,0% e 261,8%, respectivamente.
Em uma escala de tempo menor, todo o segmento de tendência de alta permanece claramente visível. A contagem de ondas não é das mais convencionais, já que as ondas corretivas apresentam amplitudes distintas. Por exemplo, a onda 2 de grau superior é menor do que a onda 2 interna dentro da onda 3. Ainda assim, esse tipo de assimetria ocorre com frequência na prática. Vale lembrar que é mais produtivo identificar estruturas claras e coerentes nos gráficos do que tentar rotular rigidamente cada onda individual. No momento, a estrutura altista não gera dúvidas relevantes.
Princípios fundamentais da minha análise:
- As estruturas das ondas devem ser simples e claras. Estruturas complexas são difíceis de negociar e muitas vezes implicam mudanças.
- Se não houver confiança no que está acontecendo no mercado, é melhor ficar fora.
- Não há e nunca poderá haver 100% de certeza sobre a direção do mercado. Não se esqueça das ordens de Stop Loss de proteção.
- A análise de ondas pode ser combinada com outros tipos de análise e estratégias de negociação.